ANUNCIO

VEJA MAIS

domingo, 25 de agosto de 2019

Epistemologia Contemporânea

 Epistemologia Contemporânea trabalho feito

Na idade moderna a ciência era absoluta e universal, mas na idade contemporânea descobriu-se que isto não era verdade, esta era incerta e aleatória, pois na ciência pode ocorrer urn acontecimento inesperado e a partir dal vai-se reformular a teoria, ou seja, ao contrario das visees tradicionais - comulativas e continuistas - do desenvolvimento da ciência, a epistemologia contemporânea aponta para as ideias de descontinuidade e de ruptura no processo evolutivo da ciência. Kuhn propôs uma analise do desenvolvimento da ciência, repartida por seis estádios que se sucedem uns aos outros: Pre-Paradigmatico; Paradigmático; de Ciência Normal; de Crise; de Revolução e de Novo Paradigma, ou seja, Kuhn encara o desenvolvimento cientifico como uma sequencia de periodos de ciencia normal, nos quais a comunidade cientifica adere a urn paradigma. Estes períodos, por sua vez, são interrompidos por revoluções cientificas, marcadas por crises/anomalias no paradigma anterior, culminando com sua ruptura, e aderindo um novo paradigma.

Epistemologia contemporânea

Ciência ou ciências? Embora habitualmente se fale de ciência ou de conhecimento científico em geral, a prática mostra que a ciência se desenvolve e se manifesta em diversos domínios autónomos, de tal modo que cada um destes domínios constitui uma ciência. Assim, podemos falar da Física, Biologia, História, Matemática, etc., como sendo ciências autónomas, e, ao mesmo tempo, interdepen-dentes. Portanto, não há uma só ciência, mas diversas ciências que apresentam aspectos comuns, os quais nos permitem classificá-las e agrupá-las.

Duas perspectivas sobre a evolução da ciência: continuidade ou ruptura Nesta parte, vamos ver os pontos de vista de alguns autores sobre o desenvolvimento da ciência. Enquanto uns acreditam que o desenvolvimento da ciência é linear e cumulativo, há outros que defendem o contrário: a ciência é revolucionária.

O continuísmo

Dentro desta corrente de pensamento é possível encontrar duas linhas. O continuísmo radicai defende que a ciência evolui de forma linear e acumulativa: linear, porque evolui sempre na mesma direcção, o que significa que os conhecimentos, uma vez estabelecidos, jamais serão postos em causa; acumulativa, pelo facto de os novos conhecimentos se juntarem aos anteriores, como se se tratasse de um celeiro.

Esta concepção da ciência é fruto de alguns pressupostos gnosiológicos, de entre eles: • a associação do conhecimento com o método da verificação, um método que se acha infalível, capaz de discernir a veracidade e a falsidade das hipóteses; • o conhecimento é tomado como fruto de uma entidade fidedigna (a razão humana), que acumula o conhecimento adquirido ao longo do tempo; • a ciência obedece a um processo evolutivo, cujas descobertas se interligam entre si, ou seja, há ligação entre uma descoberta recente e a anterior; • o Homem aprende a ciência de forma gradual, começando pelas coisas mais simples e evoluindo para conhecimentos cada vez mais complexos, criando uma imagem de um conhecimento historicamente linear; • no acto de transmissão da ciência, os seus pontos fracos (erros, hipóteses caducadas) não são revelados, transparecendo ser (a ciência) produto de uma gradual evolução, num itinerário sempre seguro e sem erro algum. 

O confinais-mo moderado considera que esta visão da ciência é irrealista e ingénua. Os factos inerentes ao próprio processo de construção da ciência desnudaram-na, dando origem a uma visão moderada do processo, apesar de ainda existirem defensores e de se acreditar na visão continuísta. Duhem, historiador e filósofo da ciência, por exemplo, não nega que a ciência seja construída de forma continuísta, porém, reconhece que ao longo do processo da sua construção houve erros e correcções dos mesmos. Ele defende que as descobertas científicas de uma época baseiam-se nas investigações e debates de épocas precedentes, em que os erros registados são examinados e corrigidos, constituindo uma autêntica continuidade, havendo ligação entre uma época e outra.

O descontinuísmo

Alguns filósofos da ciência, como Bachelard, A. Koyré, K. Popper e T. Khun, defendem que o desenvolvimento da ciência conhece momentos de descontinuidade, ou seja, rupturas que separam, de forma clara, uma fase da outra. Trata-se de momentos surpreendentes que afectam a legitimidade dos princípios gerais. Aqui nos podemos perguntar: quando é que se diz que os princípios gerais perdem legitimidade?

Para respondermos a esta pergunta temos de assimilar o funcionamento da ciência: na ciência, uma teoria ou conjunto de teorias funcionam sempre ligadas a um princípio geral — o para-digma. Quando este não consegue enquadrar em si as novas descobertas, quando as novas descobertas escapam dos seus «carris», revelando contradições ou lacunas irreparáveis, a comu-nidade científica é forçada a abandonar o antigo paradigma e a conceber um novo que enquadre as novas descobertas e abra caminhos para as novas pesquisas. Vamos agora analisar as reflexões epistemológicas feitas por Karl Popper e Thomas Khun.

A teoria de Karl Popper Popper (1902-1994), filósofo austríaco das ciências exactas e humanas, nega o progresso científico considerado como acumulação de conhecimentos. Aqui reside a sua posição descontinuísta. Ele é da opinião de que a ciência analisa e critica as teorias anteriores, corrigindo--as ou até substitu-indo-as. Portanto, a ciência não progride por acumulação de teorias, mas através de críticas às teorias anteriores e à inovação das mesmas ou até banindo as anteriores para dar lugar a novas teorias capazes e que entram em consonância com a nova realidade científica. Por isso, é legítimo, de acordo com Popper, afirmar que o progresso da ciência não é acumulativo, pois é feito através de revoluções intelectuais e científicas. Popper acredita que a sucessão de teorias tende a aproximar-se cada vez mais à verdade, uma meta por si considerada inalcançável. Para ele, as teorias outra coisa não são senão pontos de vista do senso comum submetidos a procedimentos críticos e, por isso, esclarecidos.

A teoria de Thomas Kuhn

Kuhn faz uma análise fenomenológica das rupturas epis-temológicas, já defendidas pelos seus antecessores. Para o efeito, ele usa expressões como «ciência normal», «anomalia» e «ciência extraordinária», além do conhecido «paradigma», que constitui o centro da sua análise.

a) Paradigma As investigações científicas são feitas de acordo com uma estrutura preconcebida, uma visão geral do mundo, de acordo com os princípios filosóficos aceites na época. A este princípio que regula as pesquisas de uma determinada época chama-se paradigma. Trata-se de uma teoria científica dominante na qual todas as outras se integram. No século XVII, por exemplo, o paradigma científico concebia o mundo como um sistema mecânico regulado por um jogo de forças, contrapondo-se à teoria que defendia que o mundo estava orientado para um fim específico. Outro elemento importante para a compreensão do paradigma é o método. 

O paradigma define especificamente a metodologia apropriada para o desenvolvimento da ciência, nos moldes estabelecidos pelo paradigma. Por esta razão, o conceito de paradigma em Kuhn chega a ser comparado ao credo de uma comunidade religiosa. Assim, a ciência, longe de ser obra de génios isolados uns dos outros, é fruto de acordo das comunidades científicas. O paradigma determina tanto o método de solução dos problemas como os problemas que devem ser resolvidos.

b) A ciência normal e anomalia A ciência normal é o momento em que a comunidade científica desenvolve com sucesso as suas pesquisas mediante o paradigma em vigor. A actividade fundamental neste período é explicar os fenómenos ainda não esclarecidos, enquadrando-os na teoria dominante. Nesta etapa, o seu desenvolvimento (da ciência) é contínuo. O cientista desenvolve as suas pesquisas dentro dos limites estabelecidos pelo paradigma. Ora, quando aparecem problemas científicos que escapam aos limites do paradigma, quando não se enquadra na ciência normal, considera-se anomalia. Por outras palavras, considera-se anomalia um problema cujo paradigma dominante não o capta, para que se mantenha o consenso no interior da comunidade científica, a respeito do paradigma dominante.

 A ciencia normal e anomalia A ciência normal é o momento em que a comunidade científica desenvolve com sucesso as suas pesquisas mediante o paradigma em vigor. A actividade fundamental neste período é explicar os fenómenos ainda não esclarecidos, enquadrando-os na teoria dominante. Nesta etapa, o seu desenvolvimento (da ciência) é contínuo. O cientista desenvolve as suas pesquisas dentro dos limites estabelecidos pelo paradigma. Ora, quando aparecem problemas científicos que escapam aos limites do paradigma, quando não se enquadra na ciência normal, considera-se anomalia. Por outras palavras, considera-se anomalia um problema cujo paradigma dominante não o capta, para que se mantenha o consenso no interior da comunidade científica, a respeito do paradigma dominante.

c) Ciência extraordinária Quando as anomalias se acumulam entra-se num período de crise, pois os fundamentos do paradigma são postos em causa. Imaginemos que, um dia, se venha a duvidar da ressurreição de Cristo, que é a base da fé cristã católica: os cristãos católicos estariam a viver uma autêntica crise. É precisamente isto que acontece na ciência. A acumulação de anomalias abala o paradigma e o comportamento dos cientistas é o de procurar, obviamente, outras teorias e fundamentos que substituam o paradigma que se mostra ultrapassado. Este período de procura de novo para-digma é o que Kuhn chama ciência extraordinária.

d) Revolução científica A revolução científica acontece quando se descobre um novo paradigma. Trata-se de uma nova visão do mundo e de adopção de novos critérios para a interpretação dos fenómenos, ou seja, uma nova forma de fazer a ciência. Significa, literalmente, a superação da crise. A revolução científica implica uma mudança de mentalidade da comunidade científica, no sentido de deixar de crer no antigo paradigma que se mostrou caduco e aceitar, em substituição, o novo paradigma, chegando-se de novo ao estado de equilíbrio a que se chama ciência normal. Doravante, os cientistas resolvem os problemas em conformidade com o novo paradigma, de acordo com as novas formas de resolução de problemas dele assimilados. Deve sublinhar-se que a mudança de paradigma se faz com menor frequência, o que revela certa resistência dos cientistas na adopção de novos paradigmas.

Se há resistência nos cientistas em mudar de paradigma, o que determina a vitória de um novo paradigma? Thomas Kuhn responde que «o triunfo de um novo paradigma pode dever-se a uma grande variedade de factores: a sua capacidade para explicar factos polémicos persistentes, a sua utilidade na resolução de problemas e realização de previsões adequadas e, em não menor medida, a aura e o prestígio dos cientistas que inventam uma nova teoria e a defendem. 

O prestígio pessoal de um cientista é muitas vezes considerado como sendo o resultado ou a prova de um excepcional engenho e inteligência. Mas pode também dever-se ao facto de ter apoios e amizades influentes no mundo das finanças e da política. Para que uma nova teoria se imponha, o seu inventor deve ter uma posição relativamente elevada na hierarquia universitária e facilidade no acesso a financiamento para a investigação». Assim se desvendam os condicionamentos que se escondem no triunfo de um determinado para-digma em relação ao seu rival. São critérios não necessariamente lógicos ou científicos, como nos mostrou Kuhn. Aliás, Michel Foucault, na obra Microftsica do Poder, diz que o poder determina muitas vezes o que é «verdadeiro» e o que é «falso», quer isso corresponda à verdade quer não.

 Epistemologia Contemporânea trabalho feito

Na idade moderna a ciência era absoluta e universal, mas na idade contemporânea descobriu-se que isto não era verdade, esta era incerta e aleatória, pois na ciência pode ocorrer urn acontecimento inesperado e a partir dal vai-se reformular a teoria, ou seja, ao contrario das visees tradicionais - comulativas e continuistas - do desenvolvimento da ciência, a epistemologia contemporânea aponta para as ideias de descontinuidade e de ruptura no processo evolutivo da ciência. Kuhn propôs uma analise do desenvolvimento da ciência, repartida por seis estádios que se sucedem uns aos outros: Pre-Paradigmatico; Paradigmático; de Ciência Normal; de Crise; de Revolução e de Novo Paradigma, ou seja, Kuhn encara o desenvolvimento cientifico como uma sequencia de periodos de ciencia normal, nos quais a comunidade cientifica adere a urn paradigma. Estes períodos, por sua vez, são interrompidos por revoluções cientificas, marcadas por crises/anomalias no paradigma anterior, culminando com sua ruptura, e aderindo um novo paradigma.

Epistemologia contemporânea

Ciência ou ciências? Embora habitualmente se fale de ciência ou de conhecimento científico em geral, a prática mostra que a ciência se desenvolve e se manifesta em diversos domínios autónomos, de tal modo que cada um destes domínios constitui uma ciência. Assim, podemos falar da Física, Biologia, História, Matemática, etc., como sendo ciências autónomas, e, ao mesmo tempo, interdepen-dentes. Portanto, não há uma só ciência, mas diversas ciências que apresentam aspectos comuns, os quais nos permitem classificá-las e agrupá-las.

Duas perspectivas sobre a evolução da ciência: continuidade ou ruptura Nesta parte, vamos ver os pontos de vista de alguns autores sobre o desenvolvimento da ciência. Enquanto uns acreditam que o desenvolvimento da ciência é linear e cumulativo, há outros que defendem o contrário: a ciência é revolucionária.

O continuísmo

Dentro desta corrente de pensamento é possível encontrar duas linhas. O continuísmo radicai defende que a ciência evolui de forma linear e acumulativa: linear, porque evolui sempre na mesma direcção, o que significa que os conhecimentos, uma vez estabelecidos, jamais serão postos em causa; acumulativa, pelo facto de os novos conhecimentos se juntarem aos anteriores, como se se tratasse de um celeiro.

Esta concepção da ciência é fruto de alguns pressupostos gnosiológicos, de entre eles: • a associação do conhecimento com o método da verificação, um método que se acha infalível, capaz de discernir a veracidade e a falsidade das hipóteses; • o conhecimento é tomado como fruto de uma entidade fidedigna (a razão humana), que acumula o conhecimento adquirido ao longo do tempo; • a ciência obedece a um processo evolutivo, cujas descobertas se interligam entre si, ou seja, há ligação entre uma descoberta recente e a anterior; • o Homem aprende a ciência de forma gradual, começando pelas coisas mais simples e evoluindo para conhecimentos cada vez mais complexos, criando uma imagem de um conhecimento historicamente linear; • no acto de transmissão da ciência, os seus pontos fracos (erros, hipóteses caducadas) não são revelados, transparecendo ser (a ciência) produto de uma gradual evolução, num itinerário sempre seguro e sem erro algum. 

O confinais-mo moderado considera que esta visão da ciência é irrealista e ingénua. Os factos inerentes ao próprio processo de construção da ciência desnudaram-na, dando origem a uma visão moderada do processo, apesar de ainda existirem defensores e de se acreditar na visão continuísta. Duhem, historiador e filósofo da ciência, por exemplo, não nega que a ciência seja construída de forma continuísta, porém, reconhece que ao longo do processo da sua construção houve erros e correcções dos mesmos. Ele defende que as descobertas científicas de uma época baseiam-se nas investigações e debates de épocas precedentes, em que os erros registados são examinados e corrigidos, constituindo uma autêntica continuidade, havendo ligação entre uma época e outra.

O descontinuísmo

Alguns filósofos da ciência, como Bachelard, A. Koyré, K. Popper e T. Khun, defendem que o desenvolvimento da ciência conhece momentos de descontinuidade, ou seja, rupturas que separam, de forma clara, uma fase da outra. Trata-se de momentos surpreendentes que afectam a legitimidade dos princípios gerais. Aqui nos podemos perguntar: quando é que se diz que os princípios gerais perdem legitimidade?

Para respondermos a esta pergunta temos de assimilar o funcionamento da ciência: na ciência, uma teoria ou conjunto de teorias funcionam sempre ligadas a um princípio geral — o para-digma. Quando este não consegue enquadrar em si as novas descobertas, quando as novas descobertas escapam dos seus «carris», revelando contradições ou lacunas irreparáveis, a comu-nidade científica é forçada a abandonar o antigo paradigma e a conceber um novo que enquadre as novas descobertas e abra caminhos para as novas pesquisas. Vamos agora analisar as reflexões epistemológicas feitas por Karl Popper e Thomas Khun.

A teoria de Karl Popper Popper (1902-1994), filósofo austríaco das ciências exactas e humanas, nega o progresso científico considerado como acumulação de conhecimentos. Aqui reside a sua posição descontinuísta. Ele é da opinião de que a ciência analisa e critica as teorias anteriores, corrigindo--as ou até substitu-indo-as. Portanto, a ciência não progride por acumulação de teorias, mas através de críticas às teorias anteriores e à inovação das mesmas ou até banindo as anteriores para dar lugar a novas teorias capazes e que entram em consonância com a nova realidade científica. Por isso, é legítimo, de acordo com Popper, afirmar que o progresso da ciência não é acumulativo, pois é feito através de revoluções intelectuais e científicas. Popper acredita que a sucessão de teorias tende a aproximar-se cada vez mais à verdade, uma meta por si considerada inalcançável. Para ele, as teorias outra coisa não são senão pontos de vista do senso comum submetidos a procedimentos críticos e, por isso, esclarecidos.

A teoria de Thomas Kuhn

Kuhn faz uma análise fenomenológica das rupturas epis-temológicas, já defendidas pelos seus antecessores. Para o efeito, ele usa expressões como «ciência normal», «anomalia» e «ciência extraordinária», além do conhecido «paradigma», que constitui o centro da sua análise.

a) Paradigma As investigações científicas são feitas de acordo com uma estrutura preconcebida, uma visão geral do mundo, de acordo com os princípios filosóficos aceites na época. A este princípio que regula as pesquisas de uma determinada época chama-se paradigma. Trata-se de uma teoria científica dominante na qual todas as outras se integram. No século XVII, por exemplo, o paradigma científico concebia o mundo como um sistema mecânico regulado por um jogo de forças, contrapondo-se à teoria que defendia que o mundo estava orientado para um fim específico. Outro elemento importante para a compreensão do paradigma é o método. 

O paradigma define especificamente a metodologia apropriada para o desenvolvimento da ciência, nos moldes estabelecidos pelo paradigma. Por esta razão, o conceito de paradigma em Kuhn chega a ser comparado ao credo de uma comunidade religiosa. Assim, a ciência, longe de ser obra de génios isolados uns dos outros, é fruto de acordo das comunidades científicas. O paradigma determina tanto o método de solução dos problemas como os problemas que devem ser resolvidos.

b) A ciência normal e anomalia A ciência normal é o momento em que a comunidade científica desenvolve com sucesso as suas pesquisas mediante o paradigma em vigor. A actividade fundamental neste período é explicar os fenómenos ainda não esclarecidos, enquadrando-os na teoria dominante. Nesta etapa, o seu desenvolvimento (da ciência) é contínuo. O cientista desenvolve as suas pesquisas dentro dos limites estabelecidos pelo paradigma. Ora, quando aparecem problemas científicos que escapam aos limites do paradigma, quando não se enquadra na ciência normal, considera-se anomalia. Por outras palavras, considera-se anomalia um problema cujo paradigma dominante não o capta, para que se mantenha o consenso no interior da comunidade científica, a respeito do paradigma dominante.

 A ciencia normal e anomalia A ciência normal é o momento em que a comunidade científica desenvolve com sucesso as suas pesquisas mediante o paradigma em vigor. A actividade fundamental neste período é explicar os fenómenos ainda não esclarecidos, enquadrando-os na teoria dominante. Nesta etapa, o seu desenvolvimento (da ciência) é contínuo. O cientista desenvolve as suas pesquisas dentro dos limites estabelecidos pelo paradigma. Ora, quando aparecem problemas científicos que escapam aos limites do paradigma, quando não se enquadra na ciência normal, considera-se anomalia. Por outras palavras, considera-se anomalia um problema cujo paradigma dominante não o capta, para que se mantenha o consenso no interior da comunidade científica, a respeito do paradigma dominante.

c) Ciência extraordinária Quando as anomalias se acumulam entra-se num período de crise, pois os fundamentos do paradigma são postos em causa. Imaginemos que, um dia, se venha a duvidar da ressurreição de Cristo, que é a base da fé cristã católica: os cristãos católicos estariam a viver uma autêntica crise. É precisamente isto que acontece na ciência. A acumulação de anomalias abala o paradigma e o comportamento dos cientistas é o de procurar, obviamente, outras teorias e fundamentos que substituam o paradigma que se mostra ultrapassado. Este período de procura de novo para-digma é o que Kuhn chama ciência extraordinária.

d) Revolução científica A revolução científica acontece quando se descobre um novo paradigma. Trata-se de uma nova visão do mundo e de adopção de novos critérios para a interpretação dos fenómenos, ou seja, uma nova forma de fazer a ciência. Significa, literalmente, a superação da crise. A revolução científica implica uma mudança de mentalidade da comunidade científica, no sentido de deixar de crer no antigo paradigma que se mostrou caduco e aceitar, em substituição, o novo paradigma, chegando-se de novo ao estado de equilíbrio a que se chama ciência normal. Doravante, os cientistas resolvem os problemas em conformidade com o novo paradigma, de acordo com as novas formas de resolução de problemas dele assimilados. Deve sublinhar-se que a mudança de paradigma se faz com menor frequência, o que revela certa resistência dos cientistas na adopção de novos paradigmas.

Se há resistência nos cientistas em mudar de paradigma, o que determina a vitória de um novo paradigma? Thomas Kuhn responde que «o triunfo de um novo paradigma pode dever-se a uma grande variedade de factores: a sua capacidade para explicar factos polémicos persistentes, a sua utilidade na resolução de problemas e realização de previsões adequadas e, em não menor medida, a aura e o prestígio dos cientistas que inventam uma nova teoria e a defendem. 

O prestígio pessoal de um cientista é muitas vezes considerado como sendo o resultado ou a prova de um excepcional engenho e inteligência. Mas pode também dever-se ao facto de ter apoios e amizades influentes no mundo das finanças e da política. Para que uma nova teoria se imponha, o seu inventor deve ter uma posição relativamente elevada na hierarquia universitária e facilidade no acesso a financiamento para a investigação». Assim se desvendam os condicionamentos que se escondem no triunfo de um determinado para-digma em relação ao seu rival. São critérios não necessariamente lógicos ou científicos, como nos mostrou Kuhn. Aliás, Michel Foucault, na obra Microftsica do Poder, diz que o poder determina muitas vezes o que é «verdadeiro» e o que é «falso», quer isso corresponda à verdade quer não.

1 comentário:

PESQUISAS RELACIONADAS