Texto dramático
Um texto dramático é escrito em função de uma possível representação. Ao seu autor dá-se o nome de dramaturgo. O texto dramático pode ser escrito em prosa ou em verso.
A Acão é apresentada pelas personagens e situa-se num tempo e num espaço. As personagens são reduzidas ao núme-ro necessário. Delas depende a ação, porque não há narrador. A
Ação é condensada e presentificada, isto é, num dado momento os atores/personagens agem perante os espectadores. Assim sendo, são eliminadas as ações secundárias, por-que estas alargariam o tempo da representação, tornando-a cansativa, quer para os atores, quer para o público. Quanto ao tempo é curto e, tal como a ação, presentificado. Quer se desenrole no passado ou no futuro, a ação é apresentada como estando a decorrer no momento da representação. Por isso, o tempo verbal característico é o presente. Por último, existem dois tipos de Espaço: o espaço representado ( espaço físico ou social apresentado no texto) e o espaço de representação – espaço onde os atores representam.
O texto dramático comporta dois tipos de estrutura: Interna e Externa.
A estrutura interna divide-se em três momentos:
• Exposição (fase inicial em que se toma conhecimento das personagens e dos antecedentes da ação;
• Conflito (sucessão de acontecimentos, passando por um momento máximo de tensão dramática, o clí-max.Pode comportar a luta do protagonista contra o destino, forças da natureza, asociedade, outra pessoa, ou consigo próprio.)
• Desenlace (parte final que corresponde ao desfecho feliz ou infeliz da ação dramática.)
Ao nível da estrutura externa o texto divide-se Em:
• Atos, que correspondem a períodos da ação marcados pela mudança de cenário e delimitados pela subida e descida do pano (no espaço da representação)
• Cenas, que são subdivisões dos atos, assinaladas pela entrada ou saída de persona-gens.
Figuras de pensamento
São recursos estilísticos para tornar nossa expressão mais contundente e provocar impacto no ouvinte ou leitor. Entretanto, o efeito que provocam origina-se mais das ideias que estão por trás das palavras do que por elas mesmas ou pela construção das frases. São também chama-das de figuras de imagística, pois têm o objetivo de apelar à imaginação do leitor (ou do nosso interlocutor
Perífrase
Trata-se de uma expressão que designa um ser através de alguma de suas características ou atributos, ou de um fato que o celebrizou. Veja o exemplo:
A Cidade Maravilhosa (= Rio de Janeiro) continua atraindo visitantes do mundo todo.
Obs.: quando a perífrase indica uma pessoa, recebe o nome de antonomásia.
Exemplos:
• O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida praticando o bem.
• O Poeta dos Escravos (= Castro Alves) morreu muito jovem.
• O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções.
Perífrase
A perífrase é uma figura de linguagem que está relacionada com as palavras. Por esse motivo, ela está na categoria de figuras de palavras.
A perífrase ocorre pela substituição de uma ou mais palavras por outra expressão. Essa subs-tituição é feita mediante uma característica ou atributo marcante sobre determinado termo (ser, objeto ou lugar).
Além de ser usada na linguagem coloquial (informal), é comum a utilização da perífrase como recurso estilístico em textos poéticos e musicais
A perífrase é uma figura de linguagem que está relacionada com as palavras. Por esse motivo, ela está na categoria de figuras de palavras.
A perífrase ocorre pela substituição de uma ou mais palavras por outra expressão. Essa subs-tituição é feita mediante uma característica ou atributo marcante sobre determinado termo (ser, objeto ou lugar).
Além de ser usada na linguagem coloquial (informal), é comum a utilização da perífrase como recurso estilístico em textos poéticos e musicais.
Ainda que a perífrase e a antonomásia sejam consideradas a mesma figura de linguagem, a antonomásia trata-se de um tipo de perífrase. Assim, a antonomásia é quando se refere a uma pessoa (nomes próprios).
Note que a perífrase é também chamada de circunlóquio uma vez que apresenta um pensa-mento de modo indireto, com rodeios. Do grego, a palavra “períphrasis” significa o ato de falar em círculos.
Outras figuras de palavras são: metáfora, metonímia, comparação, catacrese e sinestesia.
Para saber mais sobre essa figura de linguagem, confira abaixo alguns exemplos.
Exemplos de Perífrase:
• A cidade luz foi atingida por terroristas nessa tarde. (Paris)
• A terra da garoa está cada vez mais perigosa. (São Paulo)
• Sampa é o grande centro financeiro do país. (São Paulo)
• O país do futebol conquistou mais uma medalha nas olimpíadas. (Brasil)
• O país do carnaval celebrou mais uma conquista política. (Brasil)
• A cidade maravilhosa foi palco das olimpíadas 2016. (Rio de Janeiro)
• O Timão venceu mais um campeonato. (Corintianas)
• Mais ouro negro foi descoberto no Brasil. (Petróleo)
• O Velho Chico vem sofrendo com problemas ambientais. (Rio São Francisco)
• O pulmão do mundo está sofrendo com o desmatamento desenfreado. (Amazônia)
Antítese
Antítese é uma figura de linguagem caracterizada pela aproximação de conceitos contrários, pelo confronto de ideias opostas. Nas antíteses, os conceitos antônimos não se contradizem, nem representam uma realidade absurda, apenas se encontram próximos, sendo que cada conceito indica um referente distinto.
Sendo uma das figuras de linguagem mais utilizadas e conhecidas, as antíteses são um recurso utilizado na linguagem oral e escrita que aumenta a expressividade da mensagem, reforçando-a e enfatizando o sentido de cada elemento, bem como o sentido da relação antagônica existente entre eles.
Exemplos de antítese:
• Alegria e tristeza são duas constantes da vida.
• Todos os dias, os médicos lidam com a vida e a morte.
• Meu avô, ex-boxista, gosta muito de me contar suas vitórias e derrotas.
• No Rio de Janeiro, de um lado você vê pobreza, do outro lado você vê riqueza.
• Sem a escuridão, não saberíamos apreciar a luz.
Exemplos de antítese na literatura e música:
• “Tristeza não tem fim,/Felicidade, sim.” (Vinicius de Moraes)
• “O mito é o nada que é tudo.” (Fernando Pessoa)
• “A vida é mesmo assim/Dia e noite, não e sim.” (Lulu Santos e Nelson Motta)
• “Estou acordado e todos dormem, todos dormem, todos dormem”. (Renato Russo)
• “Que vai, pisando a terra e olhando o céu.” (Vinicius de Moraes)
Gradação
Gradação é uma figura de linguagem, relacionada com a enumeração, onde são expostas determinadas ideias de forma crescente (em direção a um clímax) ou decrescente (anticlímax). No campo da estilística, é também entendida como um recurso semântico, ou seja, relacionado à exploração dos significados das palavras. Neste caso, o que se tem é um encadeamento de palavras, frases ou expressões de maneira a dar significados cumulativos.
Exemplos como figura de linguagem:
• Dei um passo, apressei-me, corri.
• Você era um bom professor, logo depois se tornou um gari e hoje não passa de um mendigo nas grandes cidades...
A gradação também se apresenta em sensações:
• Com não se sabe o terremoto, a guerra, a explosão que vai acontecer quando eu chegar com meu boletim em casa...
Às vezes a gradação também ocorre precedida da exposição de algo (ou algum assunto), caracterizando-a:
• Progressão ascendente: "Um coração chegando de desejos; Latejando, batendo, res-trugindo..."
• Progressão descendente: "Ó não guardes, que a madura idade te converta essa flor, essa beleza, em terra, em cinzas, em pó, em sombra."
Figuras de sintaxe
Figuras de sintaxe são figuras de linguagem, ou seja, são recursos estilísticos utilizados na linguagem oral e escrita que aumentam a expressividade da mensagem. As figuras de lingua-gem podem ser classificadas em: figuras de sintaxe, figuras de palavra, figuras de pensamento e figuras de som.
As figuras de sintaxe, também chamadas de figuras de construção ou de criação, enfatizam o aspeto sintático da linguagem, provocando mudanças na estrutura natural da oração, como inversão, repetição ou omissão de termos
Hipérbato
Alteração da ordem mais comum das palavras, prejudicando a clareza da expressão, com o objectivo de pôr em destaque um vocábulo ou expressão, ou por motivos eufónicos (rima, ritmo), ou ainda para produzir efeitos de surpresa. São duas as modalidades do hipérbato: 1. A inversão — que consiste na troca da ordem de palavras de um grupo sintático, sem que nele se intercale nenhuma palavra alheia a esse grupo. 2. A disjunção — que consiste no intercalar de um vocábulo ou expressão que vem separar os elementos do mesmo grupo sintático (por exemplo, sujeito e verbo, substantivo e seu adjetivo…)
Exemplos:
• "Casos, que Adamastor contou futuros." (= Casos futuros que...) - Luís de Camões
• "Aberta em par estava a porta." (= A porta estava aberta em par) - Almeida Garrett
• "É de alma um arroubo em ânsia de amor." (= É um arroubo de alma...)
Inversão:
• "As roucas rãs soavam
• Num charco de água negra e ajudavam
• Do pássaro noturno o triste canto" - Luís de Camões
Disjunção:
• "Essa vólucres amo, Lídia, rosas" - Ricardo Reis
Assindeto
O assíndeto é uma figura de linguagem, ou seja, um recurso utilizado na linguagem oral e escrita que aumenta a expressividade da mensagem. O assíndeto se refere à ausência reiterada de conectores e conjunções que atuam como elementos de ligação entre palavras e orações. A conjunção mais frequentemente omissa é a conjunção coordenativa e, sendo substituída pela vírgula ou outro sinal de pontuação.
Além de aumentar a expressividade da mensagem, através do assíndeto é possível a criação de um discurso rápido, vivo, enérgico e forte, sendo ao mesmo tempo mais dinâmico e mais conciso.
A ausência de conectores enfatiza os termos principais da frase, fazendo com que o ouvinte se concentre mais nos mesmos, ou seja, nas ideias que estão sendo transmitidas. Sem conjunções, cada termos da frase mantém sua individualidade e independência relativamente aos outros termos, fazendo com que tenham mais força.
Exemplos de assíndeto:
• Quem me dera viver livremente, rir, passear, dançar, cantar, me divertir, sair pelo mundo.
• Não entendo minha filha: chora, grita, reclama, se entristece, se chateia, parece nunca estar bem.
• Meu filho não quer trabalhar, estudar, ser autônomo, ser independente.
Exemplos de assíndeto na literatura:
• “Vim, vi, venci.” (Júlio César)
• “Grita o mar, brama o fogo, silva a fera,/Chora Adão, geme o pranto, brada o rogo.” (Francisco de Vasconcelos)
• “A tua raça quer partir,/guerrear, sofrer, vencer, voltar.” (Cecília Meireles)
• “Luciana, inquieta, subia à janela da cozinha, sondava os arredores, bradava com desespero, até ouvia duas notas estridentes, localizava o fugitivo, saía de casa como (…)” (Graciliano Ramos)
• “Fazia riscos, bordados, mandava vir rendas de Grã-Mogol, cosia com amor, aprendia a arte do bilro.” (Cyro dos Anjos)
Fique sabendo mais!
Assíndeto tem sua origem na palavra grega asýndeton e indica falta de ligação e de união entre vários elementos.
O uso do assíndeto possibilita a criação de orações coordenadas assindéticas, ou seja, orações que não estão ligadas através de conjunções, mas sim através de uma pausa, normalmente simbolizada pela vírgula.
creditos a Richforever
Texto dramático
Um texto dramático é escrito em função de uma possível representação. Ao seu autor dá-se o nome de dramaturgo. O texto dramático pode ser escrito em prosa ou em verso.
A Acão é apresentada pelas personagens e situa-se num tempo e num espaço. As personagens são reduzidas ao núme-ro necessário. Delas depende a ação, porque não há narrador. A
Ação é condensada e presentificada, isto é, num dado momento os atores/personagens agem perante os espectadores. Assim sendo, são eliminadas as ações secundárias, por-que estas alargariam o tempo da representação, tornando-a cansativa, quer para os atores, quer para o público. Quanto ao tempo é curto e, tal como a ação, presentificado. Quer se desenrole no passado ou no futuro, a ação é apresentada como estando a decorrer no momento da representação. Por isso, o tempo verbal característico é o presente. Por último, existem dois tipos de Espaço: o espaço representado ( espaço físico ou social apresentado no texto) e o espaço de representação – espaço onde os atores representam.
O texto dramático comporta dois tipos de estrutura: Interna e Externa.
A estrutura interna divide-se em três momentos:
• Exposição (fase inicial em que se toma conhecimento das personagens e dos antecedentes da ação;
• Conflito (sucessão de acontecimentos, passando por um momento máximo de tensão dramática, o clí-max.Pode comportar a luta do protagonista contra o destino, forças da natureza, asociedade, outra pessoa, ou consigo próprio.)
• Desenlace (parte final que corresponde ao desfecho feliz ou infeliz da ação dramática.)
Ao nível da estrutura externa o texto divide-se Em:
• Atos, que correspondem a períodos da ação marcados pela mudança de cenário e delimitados pela subida e descida do pano (no espaço da representação)
• Cenas, que são subdivisões dos atos, assinaladas pela entrada ou saída de persona-gens.
Figuras de pensamento
São recursos estilísticos para tornar nossa expressão mais contundente e provocar impacto no ouvinte ou leitor. Entretanto, o efeito que provocam origina-se mais das ideias que estão por trás das palavras do que por elas mesmas ou pela construção das frases. São também chama-das de figuras de imagística, pois têm o objetivo de apelar à imaginação do leitor (ou do nosso interlocutor
Perífrase
Trata-se de uma expressão que designa um ser através de alguma de suas características ou atributos, ou de um fato que o celebrizou. Veja o exemplo:
A Cidade Maravilhosa (= Rio de Janeiro) continua atraindo visitantes do mundo todo.
Obs.: quando a perífrase indica uma pessoa, recebe o nome de antonomásia.
Exemplos:
• O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida praticando o bem.
• O Poeta dos Escravos (= Castro Alves) morreu muito jovem.
• O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções.
Perífrase
A perífrase é uma figura de linguagem que está relacionada com as palavras. Por esse motivo, ela está na categoria de figuras de palavras.
A perífrase ocorre pela substituição de uma ou mais palavras por outra expressão. Essa subs-tituição é feita mediante uma característica ou atributo marcante sobre determinado termo (ser, objeto ou lugar).
Além de ser usada na linguagem coloquial (informal), é comum a utilização da perífrase como recurso estilístico em textos poéticos e musicais
A perífrase é uma figura de linguagem que está relacionada com as palavras. Por esse motivo, ela está na categoria de figuras de palavras.
A perífrase ocorre pela substituição de uma ou mais palavras por outra expressão. Essa subs-tituição é feita mediante uma característica ou atributo marcante sobre determinado termo (ser, objeto ou lugar).
Além de ser usada na linguagem coloquial (informal), é comum a utilização da perífrase como recurso estilístico em textos poéticos e musicais.
Ainda que a perífrase e a antonomásia sejam consideradas a mesma figura de linguagem, a antonomásia trata-se de um tipo de perífrase. Assim, a antonomásia é quando se refere a uma pessoa (nomes próprios).
Note que a perífrase é também chamada de circunlóquio uma vez que apresenta um pensa-mento de modo indireto, com rodeios. Do grego, a palavra “períphrasis” significa o ato de falar em círculos.
Outras figuras de palavras são: metáfora, metonímia, comparação, catacrese e sinestesia.
Para saber mais sobre essa figura de linguagem, confira abaixo alguns exemplos.
Exemplos de Perífrase:
• A cidade luz foi atingida por terroristas nessa tarde. (Paris)
• A terra da garoa está cada vez mais perigosa. (São Paulo)
• Sampa é o grande centro financeiro do país. (São Paulo)
• O país do futebol conquistou mais uma medalha nas olimpíadas. (Brasil)
• O país do carnaval celebrou mais uma conquista política. (Brasil)
• A cidade maravilhosa foi palco das olimpíadas 2016. (Rio de Janeiro)
• O Timão venceu mais um campeonato. (Corintianas)
• Mais ouro negro foi descoberto no Brasil. (Petróleo)
• O Velho Chico vem sofrendo com problemas ambientais. (Rio São Francisco)
• O pulmão do mundo está sofrendo com o desmatamento desenfreado. (Amazônia)
Antítese
Antítese é uma figura de linguagem caracterizada pela aproximação de conceitos contrários, pelo confronto de ideias opostas. Nas antíteses, os conceitos antônimos não se contradizem, nem representam uma realidade absurda, apenas se encontram próximos, sendo que cada conceito indica um referente distinto.
Sendo uma das figuras de linguagem mais utilizadas e conhecidas, as antíteses são um recurso utilizado na linguagem oral e escrita que aumenta a expressividade da mensagem, reforçando-a e enfatizando o sentido de cada elemento, bem como o sentido da relação antagônica existente entre eles.
Exemplos de antítese:
• Alegria e tristeza são duas constantes da vida.
• Todos os dias, os médicos lidam com a vida e a morte.
• Meu avô, ex-boxista, gosta muito de me contar suas vitórias e derrotas.
• No Rio de Janeiro, de um lado você vê pobreza, do outro lado você vê riqueza.
• Sem a escuridão, não saberíamos apreciar a luz.
Exemplos de antítese na literatura e música:
• “Tristeza não tem fim,/Felicidade, sim.” (Vinicius de Moraes)
• “O mito é o nada que é tudo.” (Fernando Pessoa)
• “A vida é mesmo assim/Dia e noite, não e sim.” (Lulu Santos e Nelson Motta)
• “Estou acordado e todos dormem, todos dormem, todos dormem”. (Renato Russo)
• “Que vai, pisando a terra e olhando o céu.” (Vinicius de Moraes)
Gradação
Gradação é uma figura de linguagem, relacionada com a enumeração, onde são expostas determinadas ideias de forma crescente (em direção a um clímax) ou decrescente (anticlímax). No campo da estilística, é também entendida como um recurso semântico, ou seja, relacionado à exploração dos significados das palavras. Neste caso, o que se tem é um encadeamento de palavras, frases ou expressões de maneira a dar significados cumulativos.
Exemplos como figura de linguagem:
• Dei um passo, apressei-me, corri.
• Você era um bom professor, logo depois se tornou um gari e hoje não passa de um mendigo nas grandes cidades...
A gradação também se apresenta em sensações:
• Com não se sabe o terremoto, a guerra, a explosão que vai acontecer quando eu chegar com meu boletim em casa...
Às vezes a gradação também ocorre precedida da exposição de algo (ou algum assunto), caracterizando-a:
• Progressão ascendente: "Um coração chegando de desejos; Latejando, batendo, res-trugindo..."
• Progressão descendente: "Ó não guardes, que a madura idade te converta essa flor, essa beleza, em terra, em cinzas, em pó, em sombra."
Figuras de sintaxe
Figuras de sintaxe são figuras de linguagem, ou seja, são recursos estilísticos utilizados na linguagem oral e escrita que aumentam a expressividade da mensagem. As figuras de lingua-gem podem ser classificadas em: figuras de sintaxe, figuras de palavra, figuras de pensamento e figuras de som.
As figuras de sintaxe, também chamadas de figuras de construção ou de criação, enfatizam o aspeto sintático da linguagem, provocando mudanças na estrutura natural da oração, como inversão, repetição ou omissão de termos
Hipérbato
Alteração da ordem mais comum das palavras, prejudicando a clareza da expressão, com o objectivo de pôr em destaque um vocábulo ou expressão, ou por motivos eufónicos (rima, ritmo), ou ainda para produzir efeitos de surpresa. São duas as modalidades do hipérbato: 1. A inversão — que consiste na troca da ordem de palavras de um grupo sintático, sem que nele se intercale nenhuma palavra alheia a esse grupo. 2. A disjunção — que consiste no intercalar de um vocábulo ou expressão que vem separar os elementos do mesmo grupo sintático (por exemplo, sujeito e verbo, substantivo e seu adjetivo…)
Exemplos:
• "Casos, que Adamastor contou futuros." (= Casos futuros que...) - Luís de Camões
• "Aberta em par estava a porta." (= A porta estava aberta em par) - Almeida Garrett
• "É de alma um arroubo em ânsia de amor." (= É um arroubo de alma...)
Inversão:
• "As roucas rãs soavam
• Num charco de água negra e ajudavam
• Do pássaro noturno o triste canto" - Luís de Camões
Disjunção:
• "Essa vólucres amo, Lídia, rosas" - Ricardo Reis
Assindeto
O assíndeto é uma figura de linguagem, ou seja, um recurso utilizado na linguagem oral e escrita que aumenta a expressividade da mensagem. O assíndeto se refere à ausência reiterada de conectores e conjunções que atuam como elementos de ligação entre palavras e orações. A conjunção mais frequentemente omissa é a conjunção coordenativa e, sendo substituída pela vírgula ou outro sinal de pontuação.
Além de aumentar a expressividade da mensagem, através do assíndeto é possível a criação de um discurso rápido, vivo, enérgico e forte, sendo ao mesmo tempo mais dinâmico e mais conciso.
A ausência de conectores enfatiza os termos principais da frase, fazendo com que o ouvinte se concentre mais nos mesmos, ou seja, nas ideias que estão sendo transmitidas. Sem conjunções, cada termos da frase mantém sua individualidade e independência relativamente aos outros termos, fazendo com que tenham mais força.
Exemplos de assíndeto:
• Quem me dera viver livremente, rir, passear, dançar, cantar, me divertir, sair pelo mundo.
• Não entendo minha filha: chora, grita, reclama, se entristece, se chateia, parece nunca estar bem.
• Meu filho não quer trabalhar, estudar, ser autônomo, ser independente.
Exemplos de assíndeto na literatura:
• “Vim, vi, venci.” (Júlio César)
• “Grita o mar, brama o fogo, silva a fera,/Chora Adão, geme o pranto, brada o rogo.” (Francisco de Vasconcelos)
• “A tua raça quer partir,/guerrear, sofrer, vencer, voltar.” (Cecília Meireles)
• “Luciana, inquieta, subia à janela da cozinha, sondava os arredores, bradava com desespero, até ouvia duas notas estridentes, localizava o fugitivo, saía de casa como (…)” (Graciliano Ramos)
• “Fazia riscos, bordados, mandava vir rendas de Grã-Mogol, cosia com amor, aprendia a arte do bilro.” (Cyro dos Anjos)
Fique sabendo mais!
Assíndeto tem sua origem na palavra grega asýndeton e indica falta de ligação e de união entre vários elementos.
O uso do assíndeto possibilita a criação de orações coordenadas assindéticas, ou seja, orações que não estão ligadas através de conjunções, mas sim através de uma pausa, normalmente simbolizada pela vírgula.
creditos a Richforever
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