SISMOS
Conceitos e causas dos sismos
Uma das indicações de que a crusta
terrestre não está completamente estável é a ocorrência de tremores de terra ou
sismos. Os sismos são movimentos bruscos, geralmente de curta duração, muitas
vezes com efeitos desastrosos na superfície terrestre, produzidos pela
libertação de energia sob a forma de ondas sísmicas. Estas vibrações têm como
principais causas o vulcanismo, os movimentos tectónicos e os desabamentos. Os
sismos têm origem no interior da crusta ou do _ - manto, num local denominado
hipocentro ou foco. A ocorrência de sismos está frequentemente associada aos
movimentos das placas tectónicas.
Intensidade
sísmica e indumentos de medição
Os tremores ou vibrações provocados pelos
sismos propagam-se pelas rochas através das sísmicas.
Atendendo à profundidade a que se situam
os respectivos focos, os sismos classificam-se como superficiais (até aos 70
km), intermédios (entre 70 a 300 km) e profundos (entre 300 a 700 km), estando
estes últimos quase sempre associados às fossas abissais.
Efectivamente, nem todos os abalos sísmicos
são sentidos pelo ser humano, pois estes possuem intensidades variáveis segundo
a quantidade de energia libertada pelo foco e a distância ao epicentro, assim
como o tipo de materiais por onde se propagam as ondas sísmicas.
Preocupado em compreender este fenómeno
(sismo) que acontece no nosso planeta, o Homem concebeu um instrumento ou
aparelho para medir a intensidade das ondas sísmicas, o sismógrafo.
Funcionamento
do sismógrafo
Os sismógrafos são aparelhos formados
por um corpo pesado (pêndulo) pendente de urna mola, que está preso a um braço
de um suporte fixado num, leito de rochas.
No pêndulo é colocado um equipamento que
emite um raio de luz para um cilindro colocado: na sua frente. O cilindro é
movido por um mecanismo semelhante ao do relógio e possui u papel fotográfico
sensível à luz emitida pelo equipamento situado no pêndulo.
Se a crusta terrestre é abalada por um
sismo, o cilindro move-se e o pêndulo, inércia, manter-se-á imóvel e registará,
no papel fotográfico existente no cilindro, as vibrações. O registo, das
vibrações ou ondas sísmicas (a tabela seguinte mostra o tipo de ondas e as suas
característica) no papel fotográfico dá origem a linhas onduladas. Os gráficos
elaborados por sismógrafos denominam-se sismogramas.
Tabela 1
Escala de Mrcalli
Ondas sísmicas |
Principais características |
Ondas
P ou primárias |
Originam-se
no hipocentro e são de pequena amplitude, mas a sua velocidade aumenta com a
profundidade, sendo as primeiras a atingir a superfície terrestre, Designam
se também por ondas de compressão ou longitudinais. Propagam-se tanto em
meios sólidos como em meios líquidos. |
Ondas
S ou secundárias |
Tem
origem no hipocentro, permitindo uma amplitude superior as ondas P, mas a sua
velocidade de propagação é inferior as ondas P. são designadas também por
ondas transversais ou de cisalhamento e propagam-se apenas em meios sólidos. |
Ondas
Lou love |
São
ondas superficiais, ou seja, propagam-se a superfície do globo (Plano
Horizontal) a partir do epicentro. São ondas de grande amplitude, de
velocidade sensivelmente constante, mas a sua velocidade é menor do que a das
ondas P ou S. |
Consequências
ou efeitos dos sismos
Um dos processos que permitem avaliar a
intensidade do abalo sísmico consiste em atender ao seu efeito sobre os objectos.
Existem varias escalas de intensidade sistémica, entre as quais se destacam a de
Rossi-Forel (em uso a partir de 1883) e a de Mercalli ( a partir de 1992), sendo
esta ultima a mais usada, devido a sua simplicidade.
Escala -grau |
Consequências ou efeitos |
I
— imperceptível
|
Detectado
e registado apenas por sismógrafos. |
II
— muito fraco |
Sentido
por certas pessoas em completo repouso. Os objectos localizados em andares
superiores dos edifícios oscilam.
|
III
- fraco
|
Sentido
por poucas pessoas e em geral durante a noite. Os objectos estão parados,
como os carros, podem deslocar-se. |
IV
- médio |
Ao
ar livre é sentido por poucas pessoas; no interior das casas algumas pessoas
que estão em repouso acordam, a loiça entrechoca-se e o chão e as portas
rangem.
|
V
— pouco forte |
A
maioria das pessoas sente-o. Os móveis deslocam-se, os candeeiros de tecto
oscilam, os pêndulos dos relógios param, os líquidos entornam-se e as portas
e as janelas partem-se.
|
VI
— forte
|
Sentido
por todas as pessoas. A mobília desloca-se, os livros caem das estantes, a
loiça parte-se e o estuque das paredes cai.
|
VII
— muito forte
|
As
pessoas entram em estado de pânico. Abrem-se fendas nos edifícios de
estruturas fracas, as paredes das habitações esburacam-se, partem-se os
vidros e as janelas. É sentido nos carros em movimento. Formam-se ondas nos
rios e lagos e as suas águas tornam-se turvas.
|
VIII
- destruidor
|
Alarme
geral, todas as pessoas entram em pânico e fogem das suas habitações.
Abrem-se enormes fendas nas paredes das casas, os móveis pesados são
projectados com violência, as estátuas caem ou rodam sobre a sua base, as
árvores oscilam fortemente e ocorrem deslizamentos em vertentes.
|
IX
- ruinoso
|
Pânico
total entre as pessoas. Destruição total ou parcial das habitações, grande
número de vítimas sobre os escombros.
|
X
- desastroso
|
As
estruturas dos edifícios ficam totalmente destruídas, os carris torcidos, as
pontes ruem, abrem-se fendas no chão ou pavimento e as condutas de água e gás
rompem-se. Formam-se nos rios e lagos ondas gigantes e verificam-desprendimentos
de terra.
|
XI
- muito desastroso
|
Não
fica de pé nenhum edifício. As pontes, as estradas e os diques são
destruídos. As linhas férreas ficam completamente torcidas e registam-se
levantamentos e abatimentos do terreno, Danos humanos e materiais
incalculáveis. |
XII
– catastrófico |
Todas
as paisagens naturais e humanizadas ficam destruídas. Surgem grandes falhas,
verificam-se deslocamentos de terra, os rios são desviados do seu curso, os
lagos desaparecem e formam-se outros. |
A energia libertada pelo sismo também
pode ser medida através da magnitude sísmica, pela da escala de Richter. É uma
escala logarítmica e corresponde ao logaritmo da medida da amplitude das ondas
P e S a 100 km do epicentro.
Distribuição
Geográfica das regiões sísmicas
Os sismos não se distribuem
uniformemente por toda a superfície terrestre, concentrando-se antes em faixas
de extensão e largura variáveis. Estas faixas seguem sensivelmente as zonas de
contacto das placas tectónicas.
Na
tabela seguinte apresentam-se as regiões com maior intensidade sísmica à face
da Terra.
Tabela 2
zonas de intensa actividade sísmica no Globo
|
|
Zona
sísmica Localização/Descrição Zona circumpacífica ou anel de fogo do Pacífico |
Corresponde
a uma longa e estreita faixa que rodeia o oceano Pacífico, onde os abalos
sísmicos são extremamente numerosos. Abrange a parte ocidental da América do
Sul (Chile, Peru, Bolívia, Equador e Colômbia), a América Central (México), a
América do Norte (Califórnia, o Sul do Alasca, as ilhas Aleútas e as ilhas
Curilhas), o arquipélago do Japão, as Filipinas, a Indonésia, a Nova
Zelândia, a Nova Guiné e muitas outras ilhas que bordejam o Pacífico. Mais de
80% da energia sísmica é libertada nesta região do Globo. |
Zona
Mesogea ou a Faixa Himalaia-Alpina |
É
uma zona mais larga, comparada com a anterior Engloba todo o sistema
Hírnalaio-Alpino. Estende-se a partir da Península Ibérica e do Norte de
África. Afecta a faixa do Mediterrâneo (Argélia, Itália, Grécia e Turquia),
Irão, Afeganistão, Paquistão, Tibete, Birmânia até à Indonésia, onde se liga
à zona circumpacífica. |
Zona
da crista central do Atlântico |
Estende-se
desde a Península Ibérica até ao arquipélago dos Açores. Estabelece ligação
com a zona Mesogea. |
Zona
do Vale do Rift ou Rift VoIley (África Oriental) |
Corresponde
à zona de fracturas do Vale do Rift. Nesta zona, e ainda noutras de menor
importância, liberta-se apenas 5% da energia sísmica.
|
Livro de Geografia 11 classe Pre-universitario. Francisco Jorge Manso. , Geraldo Cardoso, Logman , MOCAMBIQUE. 2015.
SISMOS
Conceitos e causas dos sismos
Uma das indicações de que a crusta
terrestre não está completamente estável é a ocorrência de tremores de terra ou
sismos. Os sismos são movimentos bruscos, geralmente de curta duração, muitas
vezes com efeitos desastrosos na superfície terrestre, produzidos pela
libertação de energia sob a forma de ondas sísmicas. Estas vibrações têm como
principais causas o vulcanismo, os movimentos tectónicos e os desabamentos. Os
sismos têm origem no interior da crusta ou do _ - manto, num local denominado
hipocentro ou foco. A ocorrência de sismos está frequentemente associada aos
movimentos das placas tectónicas.
Intensidade
sísmica e indumentos de medição
Os tremores ou vibrações provocados pelos
sismos propagam-se pelas rochas através das sísmicas.
Atendendo à profundidade a que se situam
os respectivos focos, os sismos classificam-se como superficiais (até aos 70
km), intermédios (entre 70 a 300 km) e profundos (entre 300 a 700 km), estando
estes últimos quase sempre associados às fossas abissais.
Efectivamente, nem todos os abalos sísmicos
são sentidos pelo ser humano, pois estes possuem intensidades variáveis segundo
a quantidade de energia libertada pelo foco e a distância ao epicentro, assim
como o tipo de materiais por onde se propagam as ondas sísmicas.
Preocupado em compreender este fenómeno
(sismo) que acontece no nosso planeta, o Homem concebeu um instrumento ou
aparelho para medir a intensidade das ondas sísmicas, o sismógrafo.
Funcionamento
do sismógrafo
Os sismógrafos são aparelhos formados
por um corpo pesado (pêndulo) pendente de urna mola, que está preso a um braço
de um suporte fixado num, leito de rochas.
No pêndulo é colocado um equipamento que
emite um raio de luz para um cilindro colocado: na sua frente. O cilindro é
movido por um mecanismo semelhante ao do relógio e possui u papel fotográfico
sensível à luz emitida pelo equipamento situado no pêndulo.
Se a crusta terrestre é abalada por um
sismo, o cilindro move-se e o pêndulo, inércia, manter-se-á imóvel e registará,
no papel fotográfico existente no cilindro, as vibrações. O registo, das
vibrações ou ondas sísmicas (a tabela seguinte mostra o tipo de ondas e as suas
característica) no papel fotográfico dá origem a linhas onduladas. Os gráficos
elaborados por sismógrafos denominam-se sismogramas.
Tabela 1
Escala de Mrcalli
Ondas sísmicas |
Principais características |
Ondas
P ou primárias |
Originam-se
no hipocentro e são de pequena amplitude, mas a sua velocidade aumenta com a
profundidade, sendo as primeiras a atingir a superfície terrestre, Designam
se também por ondas de compressão ou longitudinais. Propagam-se tanto em
meios sólidos como em meios líquidos. |
Ondas
S ou secundárias |
Tem
origem no hipocentro, permitindo uma amplitude superior as ondas P, mas a sua
velocidade de propagação é inferior as ondas P. são designadas também por
ondas transversais ou de cisalhamento e propagam-se apenas em meios sólidos. |
Ondas
Lou love |
São
ondas superficiais, ou seja, propagam-se a superfície do globo (Plano
Horizontal) a partir do epicentro. São ondas de grande amplitude, de
velocidade sensivelmente constante, mas a sua velocidade é menor do que a das
ondas P ou S. |
Consequências
ou efeitos dos sismos
Um dos processos que permitem avaliar a
intensidade do abalo sísmico consiste em atender ao seu efeito sobre os objectos.
Existem varias escalas de intensidade sistémica, entre as quais se destacam a de
Rossi-Forel (em uso a partir de 1883) e a de Mercalli ( a partir de 1992), sendo
esta ultima a mais usada, devido a sua simplicidade.
Escala -grau |
Consequências ou efeitos |
I
— imperceptível
|
Detectado
e registado apenas por sismógrafos. |
II
— muito fraco |
Sentido
por certas pessoas em completo repouso. Os objectos localizados em andares
superiores dos edifícios oscilam.
|
III
- fraco
|
Sentido
por poucas pessoas e em geral durante a noite. Os objectos estão parados,
como os carros, podem deslocar-se. |
IV
- médio |
Ao
ar livre é sentido por poucas pessoas; no interior das casas algumas pessoas
que estão em repouso acordam, a loiça entrechoca-se e o chão e as portas
rangem.
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V
— pouco forte |
A
maioria das pessoas sente-o. Os móveis deslocam-se, os candeeiros de tecto
oscilam, os pêndulos dos relógios param, os líquidos entornam-se e as portas
e as janelas partem-se.
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VI
— forte
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Sentido
por todas as pessoas. A mobília desloca-se, os livros caem das estantes, a
loiça parte-se e o estuque das paredes cai.
|
VII
— muito forte
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As
pessoas entram em estado de pânico. Abrem-se fendas nos edifícios de
estruturas fracas, as paredes das habitações esburacam-se, partem-se os
vidros e as janelas. É sentido nos carros em movimento. Formam-se ondas nos
rios e lagos e as suas águas tornam-se turvas.
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VIII
- destruidor
|
Alarme
geral, todas as pessoas entram em pânico e fogem das suas habitações.
Abrem-se enormes fendas nas paredes das casas, os móveis pesados são
projectados com violência, as estátuas caem ou rodam sobre a sua base, as
árvores oscilam fortemente e ocorrem deslizamentos em vertentes.
|
IX
- ruinoso
|
Pânico
total entre as pessoas. Destruição total ou parcial das habitações, grande
número de vítimas sobre os escombros.
|
X
- desastroso
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As
estruturas dos edifícios ficam totalmente destruídas, os carris torcidos, as
pontes ruem, abrem-se fendas no chão ou pavimento e as condutas de água e gás
rompem-se. Formam-se nos rios e lagos ondas gigantes e verificam-desprendimentos
de terra.
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XI
- muito desastroso
|
Não
fica de pé nenhum edifício. As pontes, as estradas e os diques são
destruídos. As linhas férreas ficam completamente torcidas e registam-se
levantamentos e abatimentos do terreno, Danos humanos e materiais
incalculáveis. |
XII
– catastrófico |
Todas
as paisagens naturais e humanizadas ficam destruídas. Surgem grandes falhas,
verificam-se deslocamentos de terra, os rios são desviados do seu curso, os
lagos desaparecem e formam-se outros. |
A energia libertada pelo sismo também
pode ser medida através da magnitude sísmica, pela da escala de Richter. É uma
escala logarítmica e corresponde ao logaritmo da medida da amplitude das ondas
P e S a 100 km do epicentro.
Distribuição
Geográfica das regiões sísmicas
Os sismos não se distribuem
uniformemente por toda a superfície terrestre, concentrando-se antes em faixas
de extensão e largura variáveis. Estas faixas seguem sensivelmente as zonas de
contacto das placas tectónicas.
Na
tabela seguinte apresentam-se as regiões com maior intensidade sísmica à face
da Terra.
Tabela 2
zonas de intensa actividade sísmica no Globo
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Zona
sísmica Localização/Descrição Zona circumpacífica ou anel de fogo do Pacífico |
Corresponde
a uma longa e estreita faixa que rodeia o oceano Pacífico, onde os abalos
sísmicos são extremamente numerosos. Abrange a parte ocidental da América do
Sul (Chile, Peru, Bolívia, Equador e Colômbia), a América Central (México), a
América do Norte (Califórnia, o Sul do Alasca, as ilhas Aleútas e as ilhas
Curilhas), o arquipélago do Japão, as Filipinas, a Indonésia, a Nova
Zelândia, a Nova Guiné e muitas outras ilhas que bordejam o Pacífico. Mais de
80% da energia sísmica é libertada nesta região do Globo. |
Zona
Mesogea ou a Faixa Himalaia-Alpina |
É
uma zona mais larga, comparada com a anterior Engloba todo o sistema
Hírnalaio-Alpino. Estende-se a partir da Península Ibérica e do Norte de
África. Afecta a faixa do Mediterrâneo (Argélia, Itália, Grécia e Turquia),
Irão, Afeganistão, Paquistão, Tibete, Birmânia até à Indonésia, onde se liga
à zona circumpacífica. |
Zona
da crista central do Atlântico |
Estende-se
desde a Península Ibérica até ao arquipélago dos Açores. Estabelece ligação
com a zona Mesogea. |
Zona
do Vale do Rift ou Rift VoIley (África Oriental) |
Corresponde
à zona de fracturas do Vale do Rift. Nesta zona, e ainda noutras de menor
importância, liberta-se apenas 5% da energia sísmica.
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Livro de Geografia 11 classe Pre-universitario. Francisco Jorge Manso. , Geraldo Cardoso, Logman , MOCAMBIQUE. 2015.
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