As fontes escritas a
partir do século XV
Paralelamente as profundas mudanças
em todo o mundo e em especial, na África , no final do século XV e princípio do século XVI, ocorreram transformações no carácter, proveniência e Inicialmente, ao lado do continuo
crescimento de todos os tipos de fontes narrativas ( narrativas de viajantes,
descrições, crónicas etc.), surgem
numerosos de carácter primário como correspondências e relatórios
oficiais, comerciais ou missionários, escrituras legais e outros documentos
arquivísticos raramente encontrado antes desse período. Se for por outro lado,
abundância crescente desse material oferece ao historiador um auxílio muito
maior, por outro torna muito mais difícil uma visão do conjunto. Pode se
observar, também uma nítida diminuição ao volume das fontes narrativas e árabes
para África ao sul do saahara. Não obstante surge nesse período a literatura
histórica escrita em árabe por autóctones, e é somente a partir dessa época que
se faz ouvir a voz de autênticos africanos falando de sua própria histόria. Os
mais antigos e mais conhecidos exemplos dessa historiografia local provem do
cinturão sudanês e da costa africana oriental, e em outras partes tropical, só
mais tarde é que essa evolução se fará notar.
Nos últimos duzentos anos, os
africanos também começaram a escrever em sua próprias línguas, usando
primeiramente o alfabeto árabe ( por exemplo, em kiswahili , haussa fulfulde kenembu diula malgaxe etc ) e ,mais
o latino. E também temos as narrativas em várias línguas europeias, que aos
poucos vão ocupando o espaço das fontes árabes. A quantidade de obras dessa
natureza aumenta progressivamente e, nos séculos XIX e XX, atinge um tal volume
que sό os livros de referencia biográfica poderiam ser contados as dezenas.
Apesar de todas as mudanças, houve,
evidentemente uma continuidade na historiografia de algumas regiões da África,
especialmente no Egíto, Magreb, e Etiopia. Nesses países, os crόnicas e
biógrafos mantiveram viva a tradição herdada do período anterior. Enquanto no
Egipto e, em parte, na Etiὸpia observou se certo declínio na qualidade e mesmo
quantidade desse trabalhos, o Magreb em particular.
As áreas geográficas cobertas por
fontes escritas também vão registar uma evolução. Enquanto, ate o século XVI as
margens do suhel sudanês e uma escrita faixa da costa oriental africana
formavam limites do conhecimento geográfico, portanto, histórico, a nova época
viria gradualmente acrescentar a esse espaço novas regiões antes não
mencionadas por aquele tipo de fontes. A quantidade e a qualidade dessas fontes
viriam bastante de uma região para outra e de um século para outro tornando a
classificação por língua, carácter propósito e origem dos documentos ainda mais
complexa.
De modo geral, registou se uma
expansão da costa para o interior. O movimento foi muito lento, sό ganhando aceleração no fim do século XVII. A
costa africana e seu interior imediato, já no século XV, haviam sido descritos
pelos portugueses, de modo sumário e nos séculos seguintes as fontes escritas,
já então em várias línguas começaram a registar informes mais detalhados e
abundantes sobre as populações costeiras. Os Europeus penetraram no interior
somente em algumas regiões (no Senegal e na Gâmbia, no delta do Níger e no
Benin, no Reino do Congo, e pelo Zambeze, ate o império de Monomotapa ),
trazendo essas áreas para o
horizonte das fontes escritas.
África do Norte e Etiόpia
Os materiais para África do Norte
de língua árabe, como os das outras partes do continente , passaram por algumas
profundas mudanças em comparação com o período anterior e com isso as
narrativas locais , que continuaram como anteriormente a relatar as principais acontecimentos da maneira tradicional
As mudanças que fazem sentir dizem
respeito principalmente a dois tipos de fontes: os documentos arquivísticos de diversos origens e os critérios
europeus. Somente a partir do inicio
do século do século XVI, os materiais primários, os árabes assim como os turcos
começaram aparecer em maior abundância. No século XIX, as fontes para a histόria
do Norte são tão abundante tanto quanto pais europeu. As crónicas narrativas de
viajantes assume um lugar secundário em relação as fontes mais objectivas-
arquivos, estatísticos, jornais e outros testemunhos directos ou indirectos –
permitindo aos historiadores empregar os métodos e abordagens clássicos
elaborados para uma historia amplamente documentada como a de Europa.
Etiopia
A situação da Etiopia é análoga á
da África do Norte no que respeita às fontes escritas. Nos países daquela
região da África, na Etiopia o historiador tem sua disposição uma grande
variedade de documentos, tanto internos como externos, pode ate empregar
material de fontes opostas para alguns períodos cruciais, por exemplo a invasão
muçulmana de Ahmed Gran, na primeira metade do século XVI, coberta de ponto de
vista etíope e pela crónica Real (em guze) o imperador Lebna Dengel e da
invasão muçulmana, pela detalhada crónica escrita em 1543 pelo escriba de Gran,
Arab Faqih sem mencionar os registos português de testemunhos oculares.
Da segunda metade do século XIX em
diante, são os documentos de arquivos, de todas as grandes potencias europeias
como também os de Adis Abeba e a mesmo o de Cartum que vão fornecer as
principais materiais históricos. A importância de um estudo minucioso dos
documentos amáricos originais para uma interpretação correcta da historia foi
demonstrada recentemente pela brilhante analise de trato de Wichale (1889) feita
por Sven Rubenson.
África do Sul
Em comparação com outros continentes,
a África do Sul fornece para o período em estudo, uma quantidade muito maior de
interessantes materiais escritos, na forma de arquivos e de narrativas. A falta
de fontes de origens genuinamente africana anteriores do século XIX representa
uma certa desvantagem, não obstante muitas narrativas europeias preservarem
fragmentos de tradições orais dos povos locais, e também as informações mais
antiga provem de marinheiros português ou holandês cujos navios naufragaram na
costa sudeste no decorrer dos séculos XVI e XVII. No século XVIII não deixou
nenhum fonte árabe externa de grande valor para a historia de África do Sul do
saara ; somente no inicio do século seguinte.
Fontes narrrativas externas
Período entre séculos IX e XV chega
a ser chamados “ era das fontes árabes devido a predominância de material nessa
língua, o período em estudo é marcado
por um nítido declínio nesse aspecto. As razoes dessas mudanças estão ligadas
ao desenvolvimento politico e cultural geral do mundo islâmico, que serão
discutidas apropriadamente num volume posterior. Isto é não significa que haja
fontes árabes, mas que seu numero e qualidade, com algumas excecoes não podem
ser comparados nem o período anterior e com outras fontes de origens.
Fontes narrativas internas
Durante o período que estamos
estudando, ocorreu um novo fenómeno, de consequências capitais: o aparecimento
de desenvolvimento de uma literatura histόrica escrita por africanos da região
sul do saara. O meio de expressão não era, inicialmente uma das línguas
africanas locais, mas cujo papel no mundo islâmico pode ser comparado ao que o
latim representou na Idade Media europeia, isto é, o meio de comunicação entre
os povos cultos e mais tarde, também algumas das línguas europeias. A produção
literária dos africanos em línguas europeias tem inicio dois séculos mais tarde
que a redação em árabe . como era de
esperar, ao primeiros exemplares foram produzidos por individuo da costa
ocidental onde os contactos com o mundo
eram mais intensos que em qualquer outro ponto.
Todas as fontes narrativas, escritas em árabe
ou nas diversas línguas africanas e europeias formaram um vasto e rico conjunto
de materiais históricos. Eles não cobrem, evidentemente todos os aspectos do
processo histórico e possuem um carácter regional, fornecendo, em alguns casos,
apenas uma imagem fragmentária. As
fontes escritas por muçulmanos demonstraram em geral um pronunciado ponto de
vista islâmico, que aparece claramente quando abordam sociedades não muçulmanas,
os autores das fontes narrativas em línguas europeias eram ao mesmo tempo polemistas
em campanha contra o comércio dos escravos ou em favor da igualdade por isso
era uma tendência de parcialidade.
Fontes arquivísticas particulares relatórios confidenciais e outros
testemunhos
As fontes particulares são documentos
escritos que resultam de necessidade de registar várias actividades humanas e
que originalmente não eram destinados ao público, mas apenas em um pequeno
grupo de pessoas interessados. A ideia de que já não há fontes escritas
particulares suficiente para a história da África já não tem fundamentos.
Para concluir, devemos mencionar
alguns outros tipos de documentos da mesma categoria. Inicialmente tratemos dos
mapas de outros matérias categóricos, embora a partir do século XVI, o número
de mapas impressos da África tenha aumentado a cada ano, muitos ainda se mantém
em forma de manuscrito, em vários arquivos de bibliotecas da Europa alguns
manifestante decorados e coloridos.
As fontes escritas, narrativas e
arquivísticas, nas línguas Africanas orientais e Europeus, representam um
conjunto intensamente rico material para a história da África. Embora os documentos
de todo tipo, registros livros e relatórios conhecidos constituem, apenas um
fragmento do material existente. Dentro e fora de África devem existir inúmeros
lugares que ainda não foram explorados de ponto de vista de fontes possíveis da
histórias daquele continente. Essas regiões inexplorados constituem verdadeiro ʺespaços em brancoʺ no mapa do nosso
conhecimento das fontes da história Africana.
As fontes escritas a
partir do século XV
Paralelamente as profundas mudanças
em todo o mundo e em especial, na África , no final do século XV e princípio do século XVI, ocorreram transformações no carácter, proveniência e Inicialmente, ao lado do continuo
crescimento de todos os tipos de fontes narrativas ( narrativas de viajantes,
descrições, crónicas etc.), surgem
numerosos de carácter primário como correspondências e relatórios
oficiais, comerciais ou missionários, escrituras legais e outros documentos
arquivísticos raramente encontrado antes desse período. Se for por outro lado,
abundância crescente desse material oferece ao historiador um auxílio muito
maior, por outro torna muito mais difícil uma visão do conjunto. Pode se
observar, também uma nítida diminuição ao volume das fontes narrativas e árabes
para África ao sul do saahara. Não obstante surge nesse período a literatura
histórica escrita em árabe por autóctones, e é somente a partir dessa época que
se faz ouvir a voz de autênticos africanos falando de sua própria histόria. Os
mais antigos e mais conhecidos exemplos dessa historiografia local provem do
cinturão sudanês e da costa africana oriental, e em outras partes tropical, só
mais tarde é que essa evolução se fará notar.
Nos últimos duzentos anos, os
africanos também começaram a escrever em sua próprias línguas, usando
primeiramente o alfabeto árabe ( por exemplo, em kiswahili , haussa fulfulde kenembu diula malgaxe etc ) e ,mais
o latino. E também temos as narrativas em várias línguas europeias, que aos
poucos vão ocupando o espaço das fontes árabes. A quantidade de obras dessa
natureza aumenta progressivamente e, nos séculos XIX e XX, atinge um tal volume
que sό os livros de referencia biográfica poderiam ser contados as dezenas.
Apesar de todas as mudanças, houve,
evidentemente uma continuidade na historiografia de algumas regiões da África,
especialmente no Egíto, Magreb, e Etiopia. Nesses países, os crόnicas e
biógrafos mantiveram viva a tradição herdada do período anterior. Enquanto no
Egipto e, em parte, na Etiὸpia observou se certo declínio na qualidade e mesmo
quantidade desse trabalhos, o Magreb em particular.
As áreas geográficas cobertas por
fontes escritas também vão registar uma evolução. Enquanto, ate o século XVI as
margens do suhel sudanês e uma escrita faixa da costa oriental africana
formavam limites do conhecimento geográfico, portanto, histórico, a nova época
viria gradualmente acrescentar a esse espaço novas regiões antes não
mencionadas por aquele tipo de fontes. A quantidade e a qualidade dessas fontes
viriam bastante de uma região para outra e de um século para outro tornando a
classificação por língua, carácter propósito e origem dos documentos ainda mais
complexa.
De modo geral, registou se uma
expansão da costa para o interior. O movimento foi muito lento, sό ganhando aceleração no fim do século XVII. A
costa africana e seu interior imediato, já no século XV, haviam sido descritos
pelos portugueses, de modo sumário e nos séculos seguintes as fontes escritas,
já então em várias línguas começaram a registar informes mais detalhados e
abundantes sobre as populações costeiras. Os Europeus penetraram no interior
somente em algumas regiões (no Senegal e na Gâmbia, no delta do Níger e no
Benin, no Reino do Congo, e pelo Zambeze, ate o império de Monomotapa ),
trazendo essas áreas para o
horizonte das fontes escritas.
África do Norte e Etiόpia
Os materiais para África do Norte
de língua árabe, como os das outras partes do continente , passaram por algumas
profundas mudanças em comparação com o período anterior e com isso as
narrativas locais , que continuaram como anteriormente a relatar as principais acontecimentos da maneira tradicional
As mudanças que fazem sentir dizem
respeito principalmente a dois tipos de fontes: os documentos arquivísticos de diversos origens e os critérios
europeus. Somente a partir do inicio
do século do século XVI, os materiais primários, os árabes assim como os turcos
começaram aparecer em maior abundância. No século XIX, as fontes para a histόria
do Norte são tão abundante tanto quanto pais europeu. As crónicas narrativas de
viajantes assume um lugar secundário em relação as fontes mais objectivas-
arquivos, estatísticos, jornais e outros testemunhos directos ou indirectos –
permitindo aos historiadores empregar os métodos e abordagens clássicos
elaborados para uma historia amplamente documentada como a de Europa.
Etiopia
A situação da Etiopia é análoga á
da África do Norte no que respeita às fontes escritas. Nos países daquela
região da África, na Etiopia o historiador tem sua disposição uma grande
variedade de documentos, tanto internos como externos, pode ate empregar
material de fontes opostas para alguns períodos cruciais, por exemplo a invasão
muçulmana de Ahmed Gran, na primeira metade do século XVI, coberta de ponto de
vista etíope e pela crónica Real (em guze) o imperador Lebna Dengel e da
invasão muçulmana, pela detalhada crónica escrita em 1543 pelo escriba de Gran,
Arab Faqih sem mencionar os registos português de testemunhos oculares.
Da segunda metade do século XIX em
diante, são os documentos de arquivos, de todas as grandes potencias europeias
como também os de Adis Abeba e a mesmo o de Cartum que vão fornecer as
principais materiais históricos. A importância de um estudo minucioso dos
documentos amáricos originais para uma interpretação correcta da historia foi
demonstrada recentemente pela brilhante analise de trato de Wichale (1889) feita
por Sven Rubenson.
África do Sul
Em comparação com outros continentes,
a África do Sul fornece para o período em estudo, uma quantidade muito maior de
interessantes materiais escritos, na forma de arquivos e de narrativas. A falta
de fontes de origens genuinamente africana anteriores do século XIX representa
uma certa desvantagem, não obstante muitas narrativas europeias preservarem
fragmentos de tradições orais dos povos locais, e também as informações mais
antiga provem de marinheiros português ou holandês cujos navios naufragaram na
costa sudeste no decorrer dos séculos XVI e XVII. No século XVIII não deixou
nenhum fonte árabe externa de grande valor para a historia de África do Sul do
saara ; somente no inicio do século seguinte.
Fontes narrrativas externas
Período entre séculos IX e XV chega
a ser chamados “ era das fontes árabes devido a predominância de material nessa
língua, o período em estudo é marcado
por um nítido declínio nesse aspecto. As razoes dessas mudanças estão ligadas
ao desenvolvimento politico e cultural geral do mundo islâmico, que serão
discutidas apropriadamente num volume posterior. Isto é não significa que haja
fontes árabes, mas que seu numero e qualidade, com algumas excecoes não podem
ser comparados nem o período anterior e com outras fontes de origens.
Fontes narrativas internas
Durante o período que estamos
estudando, ocorreu um novo fenómeno, de consequências capitais: o aparecimento
de desenvolvimento de uma literatura histόrica escrita por africanos da região
sul do saara. O meio de expressão não era, inicialmente uma das línguas
africanas locais, mas cujo papel no mundo islâmico pode ser comparado ao que o
latim representou na Idade Media europeia, isto é, o meio de comunicação entre
os povos cultos e mais tarde, também algumas das línguas europeias. A produção
literária dos africanos em línguas europeias tem inicio dois séculos mais tarde
que a redação em árabe . como era de
esperar, ao primeiros exemplares foram produzidos por individuo da costa
ocidental onde os contactos com o mundo
eram mais intensos que em qualquer outro ponto.
Todas as fontes narrativas, escritas em árabe
ou nas diversas línguas africanas e europeias formaram um vasto e rico conjunto
de materiais históricos. Eles não cobrem, evidentemente todos os aspectos do
processo histórico e possuem um carácter regional, fornecendo, em alguns casos,
apenas uma imagem fragmentária. As
fontes escritas por muçulmanos demonstraram em geral um pronunciado ponto de
vista islâmico, que aparece claramente quando abordam sociedades não muçulmanas,
os autores das fontes narrativas em línguas europeias eram ao mesmo tempo polemistas
em campanha contra o comércio dos escravos ou em favor da igualdade por isso
era uma tendência de parcialidade.
Fontes arquivísticas particulares relatórios confidenciais e outros
testemunhos
As fontes particulares são documentos
escritos que resultam de necessidade de registar várias actividades humanas e
que originalmente não eram destinados ao público, mas apenas em um pequeno
grupo de pessoas interessados. A ideia de que já não há fontes escritas
particulares suficiente para a história da África já não tem fundamentos.
Para concluir, devemos mencionar
alguns outros tipos de documentos da mesma categoria. Inicialmente tratemos dos
mapas de outros matérias categóricos, embora a partir do século XVI, o número
de mapas impressos da África tenha aumentado a cada ano, muitos ainda se mantém
em forma de manuscrito, em vários arquivos de bibliotecas da Europa alguns
manifestante decorados e coloridos.
As fontes escritas, narrativas e
arquivísticas, nas línguas Africanas orientais e Europeus, representam um
conjunto intensamente rico material para a história da África. Embora os documentos
de todo tipo, registros livros e relatórios conhecidos constituem, apenas um
fragmento do material existente. Dentro e fora de África devem existir inúmeros
lugares que ainda não foram explorados de ponto de vista de fontes possíveis da
histórias daquele continente. Essas regiões inexplorados constituem verdadeiro ʺespaços em brancoʺ no mapa do nosso
conhecimento das fontes da história Africana.
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