Contextualização
A aldeia comunal Agostinho Neto localiza-se no bairro de
Nhaguiviga, no Municipio da Maxixe, limita-se a norte por bairro Muchire, a sul
pelo distrito de Jangamo, a oeste pelo distrito de Homoine a este por bairro
Mutamba.
A aldeia comunal Agostinho Neto criou-se no ano de 1976
depois da Independência nacional de Moçambique com implementação do socialismo
em Moçambique. Com o socialismo em Moçambique as populações deveriam viver em
aldeias comunais com base na propriedade colectiva. As empresas estatais e as
cooperativas de produção seriam a base material/produtiva das aldeias. Para a concretização
dos objectivos da socialização do meio rural, o estado tinha como principal
instrumento o plano, através dele dirigia e controlava a economia (MOSCA,
2011:39).
O governo da
Frelimo enviou no bairro de Nhaguiviga em 1976 uma brigada, que tinha como foco
realizar um estudo de viabilidade para implementação duma aldeia comunal,
aprovado o espaço de seguida fez-se uma reunião em torno da futura aldeia
comunal a população aderiu a proposta e por fim criou-se a aldeia com o nome
Agostinho Neto. Em seguida o governo avançou com o processo de parcelamento da
aldeia, abrindo ruas, construiu escola, hospital e um mercado. As residências
na aldeia eram construídas no mesmo modelo, para o efeito o governo apoiou a população
com estacas de pau-ferro (Simbiri).
A aldeia comunal Agostinho durante a sua edificação, as
tarefas eram divididas em grupos, tinha um grupo para a construção de
infra-estruturas e outro grupo para o campo agrário, onde a colheita era todos.
A colheita dividia-se por igual e o excedente mandava-se ao mercado.
Objectivos
Geral
·
Analisar
a implementação das aldeias comunais em Moçambique, tendo como caso de estudo a
Aldeia Comunal Agostinho Neto – 1976-2005.
Específico
·
Descrever
o contexto da criação das aldeias comunais em Moçambique e de Agostinho Neto em
particular
·
Identificar
o papel desempenhado pelas
aldeias comunais em Agostinho neto na consolidação da economia socialista em
Moçambique
·
Explicar
as razões da queda das aldeias comunais em Moçambique e Agostinho Neto, em
particular
Justificativa
A escolha do presente tema justifica-se pelo facto de o proponente,
ao longo do seu percurso de formação ter notado que a problemática das aldeias
comunais na Maxixe, e Moçambique em geral. Daí a necessidade de analisar o
contexto da implantação da aldeia comunal Agostinho Neto, olhando para as
actividades desenvolvidas, as transformações ocorridas e razões que concorreram
para a sua queda.
No âmbito social espera-se que o trabalho possa trazer a
essência das aldeias comunais, olhando para as realizações ou modificações
verificadas neste período em Nhaguiviga na aldeia comunal Agostinho Neto. E
ainda a pesquisa pretende mostrar a comunidade local e Moçambique em geral,
como era a vida da população da aldeia comunal Agostinho Neto.
Do ponto de vista académico o estudo é essencial, na
medida em que poderá ajudar na compreensão do socialismo em Moçambique, através
da análise da aldeia comunal Agostinho Neto. Espera-se que a pesquisa possa
ajudar a comunidade local e Moçambique em geral a ter um conhecimento sobre a
temática das aldeias comunais, a partir do caso especifico da aldeia comunal
Agostinho Neto.
A escolha da Maxixe como espaço de pesquisa deve-se ao
facto deste local apresentar um legado histórico-socioeconómico, na questão
ligada ao modo de produção marxista-leninista que mostra o tempo e conjuntural
que marcou a história de Moçambique.
A escolha de 1976 marco inicial da pesquisa deve-se ao facto deste constituir o ano criação
da aldeia comunal Agostinho Neto na Maxixe. E o ano de 2005 como marco final
pelo facto deste ano ter se notabilizado a queda da aldeia comunal de Agostinho
Neto, devido o processo de municipalização, desta forma Nhaguiviga deixou de
ser uma localidade e foi reduzido à categoria de bairro.
Problematização
As aldeias comunais têm origem nas primeiras zonas
libertadas no processo da luta pela independência de Moçambique. MALOA
(2016:44) afirma que para manter a
vida social das áreas libertadas pela FRELIMO na luta de libertação do país, a
organização das zonas libertadas resultou numa experiência económica que
posteriormente foi conduzido e orientado no partido, chamado assim de novas
tendências da pós-independência. A vida económica nas zonas libertadas era
organizada para que produtores trabalhassem colectivamente em cooperativas de
produção, o abastecimento rural e a extracção dos excedentes produtivos eram
realizados através de uma rede de lojas da FRELIMO, sob a direcção das
estruturas locais do partido.
Moçambique depois da independência adoptou o sistema de
produção económica socialista, esse modelo de produção tinha o pacote das
aldeias comunais. Neste período as aldeias comunais, conforme afirma ARAUJO
(1988:185) tinham o propósito de concentrar
a população, em locais onde as famílias ficavam afastadas da sua anterior
unidade residencial produtiva, sem encontrarem uma substituição adequada. As
aldeias comunais tinham no período após a independência o objectivo de
concentrar a população dispersa das zonas rurais para que se estruturem em sociedade
revolucionária, organizada para desenvolver o trabalho colectivo, assim,
promovendo o intercâmbio dos conhecimentos nos trabalhadores. Assim como criar
cidades-campo, através do fornecimento de serviços básicos, fontes de agua,
comunicação social, escola e centros de saúde.
Apesar desses acontecimentos marcantes causados pelas
aldeias comunais, várias pesquisas que têm sido realizadas, abordam sobre
socialismo em Moçambique no geral, tocando de forma superficial a temática das
aldeias comunais, remetendo-nos a ideia desse fenómeno não ter causado um
impacto profundo ou mesmo não ter marcado muito a história de Moçambique e da
Maxixe em particular.
A aldeia comunal Agostinho Neto surge no contexto do
socialismo em Moçambique, no ano logo após a independência, acredita-se que esse
acontecimento trouxe profundas mudanças que alteraram o padrão da vida social e
económica do bairro de Ngaguiviga, e de Moçambique em geral. Como forma de reflectir
e escrever a história dessa aldeia comunal, levantou-se a seguinte pergunta de
partida: Quais foram as transformações que ocorreram em Nhaguiviga com a
implementação da aldeia comunal Agostinho Neto?
Hipóteses
H1. A aldeia comunal Agostinho Neto poderá ter trago para
Nhaguiviga, nova organização social e económica, dado que com a implementação
dessa aldeia a população passou a ter residências feitas no mesmo modelo, o
parcelamento do espaço, a abertura de ruas, o fornecimento de serviços básicos
como: fontes de água, escola, hospital e comunicação social.
H2. Na Aldeia comunal Agostinho Neto a propriedade passou
a ser colectivo isto, é a população produzia numa machamba estatal, um mercado
colectivo onde era comercializado o excedente. Mas isso não rompia a
propriedade privada, dado que a população tinha as machambas familiares.
Referências
Bibliográficas
ARAUJO, G. M. Manuel. Sistema de aldeias comunais
em Moçambique transformações na organização do espaço residencial e produtivo. Tese para obtencao do Grau de Doutoramento em
Geografia humana. Faculdade de letras. Lisboa, Universidade de Lisboa, 1988.
1885p.
MALOA, Miranda, Tomé. História
da economia socialista moçambicana. Dissertação para obtenção do grau de
Mestrado em História Económica. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas. São Paulo, Universidade de São Paulo, 2016. 44p.
MOSCA, João. Politicas
agrárias em Moçambique (1997-2009). Escolar Editores, Maputo, 2011.
Contextualização
A aldeia comunal Agostinho Neto localiza-se no bairro de
Nhaguiviga, no Municipio da Maxixe, limita-se a norte por bairro Muchire, a sul
pelo distrito de Jangamo, a oeste pelo distrito de Homoine a este por bairro
Mutamba.
A aldeia comunal Agostinho Neto criou-se no ano de 1976
depois da Independência nacional de Moçambique com implementação do socialismo
em Moçambique. Com o socialismo em Moçambique as populações deveriam viver em
aldeias comunais com base na propriedade colectiva. As empresas estatais e as
cooperativas de produção seriam a base material/produtiva das aldeias. Para a concretização
dos objectivos da socialização do meio rural, o estado tinha como principal
instrumento o plano, através dele dirigia e controlava a economia (MOSCA,
2011:39).
O governo da
Frelimo enviou no bairro de Nhaguiviga em 1976 uma brigada, que tinha como foco
realizar um estudo de viabilidade para implementação duma aldeia comunal,
aprovado o espaço de seguida fez-se uma reunião em torno da futura aldeia
comunal a população aderiu a proposta e por fim criou-se a aldeia com o nome
Agostinho Neto. Em seguida o governo avançou com o processo de parcelamento da
aldeia, abrindo ruas, construiu escola, hospital e um mercado. As residências
na aldeia eram construídas no mesmo modelo, para o efeito o governo apoiou a população
com estacas de pau-ferro (Simbiri).
A aldeia comunal Agostinho durante a sua edificação, as
tarefas eram divididas em grupos, tinha um grupo para a construção de
infra-estruturas e outro grupo para o campo agrário, onde a colheita era todos.
A colheita dividia-se por igual e o excedente mandava-se ao mercado.
Objectivos
Geral
·
Analisar
a implementação das aldeias comunais em Moçambique, tendo como caso de estudo a
Aldeia Comunal Agostinho Neto – 1976-2005.
Específico
·
Descrever
o contexto da criação das aldeias comunais em Moçambique e de Agostinho Neto em
particular
·
Identificar
o papel desempenhado pelas
aldeias comunais em Agostinho neto na consolidação da economia socialista em
Moçambique
·
Explicar
as razões da queda das aldeias comunais em Moçambique e Agostinho Neto, em
particular
Justificativa
A escolha do presente tema justifica-se pelo facto de o proponente,
ao longo do seu percurso de formação ter notado que a problemática das aldeias
comunais na Maxixe, e Moçambique em geral. Daí a necessidade de analisar o
contexto da implantação da aldeia comunal Agostinho Neto, olhando para as
actividades desenvolvidas, as transformações ocorridas e razões que concorreram
para a sua queda.
No âmbito social espera-se que o trabalho possa trazer a
essência das aldeias comunais, olhando para as realizações ou modificações
verificadas neste período em Nhaguiviga na aldeia comunal Agostinho Neto. E
ainda a pesquisa pretende mostrar a comunidade local e Moçambique em geral,
como era a vida da população da aldeia comunal Agostinho Neto.
Do ponto de vista académico o estudo é essencial, na
medida em que poderá ajudar na compreensão do socialismo em Moçambique, através
da análise da aldeia comunal Agostinho Neto. Espera-se que a pesquisa possa
ajudar a comunidade local e Moçambique em geral a ter um conhecimento sobre a
temática das aldeias comunais, a partir do caso especifico da aldeia comunal
Agostinho Neto.
A escolha da Maxixe como espaço de pesquisa deve-se ao
facto deste local apresentar um legado histórico-socioeconómico, na questão
ligada ao modo de produção marxista-leninista que mostra o tempo e conjuntural
que marcou a história de Moçambique.
A escolha de 1976 marco inicial da pesquisa deve-se ao facto deste constituir o ano criação
da aldeia comunal Agostinho Neto na Maxixe. E o ano de 2005 como marco final
pelo facto deste ano ter se notabilizado a queda da aldeia comunal de Agostinho
Neto, devido o processo de municipalização, desta forma Nhaguiviga deixou de
ser uma localidade e foi reduzido à categoria de bairro.
Problematização
As aldeias comunais têm origem nas primeiras zonas
libertadas no processo da luta pela independência de Moçambique. MALOA
(2016:44) afirma que para manter a
vida social das áreas libertadas pela FRELIMO na luta de libertação do país, a
organização das zonas libertadas resultou numa experiência económica que
posteriormente foi conduzido e orientado no partido, chamado assim de novas
tendências da pós-independência. A vida económica nas zonas libertadas era
organizada para que produtores trabalhassem colectivamente em cooperativas de
produção, o abastecimento rural e a extracção dos excedentes produtivos eram
realizados através de uma rede de lojas da FRELIMO, sob a direcção das
estruturas locais do partido.
Moçambique depois da independência adoptou o sistema de
produção económica socialista, esse modelo de produção tinha o pacote das
aldeias comunais. Neste período as aldeias comunais, conforme afirma ARAUJO
(1988:185) tinham o propósito de concentrar
a população, em locais onde as famílias ficavam afastadas da sua anterior
unidade residencial produtiva, sem encontrarem uma substituição adequada. As
aldeias comunais tinham no período após a independência o objectivo de
concentrar a população dispersa das zonas rurais para que se estruturem em sociedade
revolucionária, organizada para desenvolver o trabalho colectivo, assim,
promovendo o intercâmbio dos conhecimentos nos trabalhadores. Assim como criar
cidades-campo, através do fornecimento de serviços básicos, fontes de agua,
comunicação social, escola e centros de saúde.
Apesar desses acontecimentos marcantes causados pelas
aldeias comunais, várias pesquisas que têm sido realizadas, abordam sobre
socialismo em Moçambique no geral, tocando de forma superficial a temática das
aldeias comunais, remetendo-nos a ideia desse fenómeno não ter causado um
impacto profundo ou mesmo não ter marcado muito a história de Moçambique e da
Maxixe em particular.
A aldeia comunal Agostinho Neto surge no contexto do
socialismo em Moçambique, no ano logo após a independência, acredita-se que esse
acontecimento trouxe profundas mudanças que alteraram o padrão da vida social e
económica do bairro de Ngaguiviga, e de Moçambique em geral. Como forma de reflectir
e escrever a história dessa aldeia comunal, levantou-se a seguinte pergunta de
partida: Quais foram as transformações que ocorreram em Nhaguiviga com a
implementação da aldeia comunal Agostinho Neto?
Hipóteses
H1. A aldeia comunal Agostinho Neto poderá ter trago para
Nhaguiviga, nova organização social e económica, dado que com a implementação
dessa aldeia a população passou a ter residências feitas no mesmo modelo, o
parcelamento do espaço, a abertura de ruas, o fornecimento de serviços básicos
como: fontes de água, escola, hospital e comunicação social.
H2. Na Aldeia comunal Agostinho Neto a propriedade passou
a ser colectivo isto, é a população produzia numa machamba estatal, um mercado
colectivo onde era comercializado o excedente. Mas isso não rompia a
propriedade privada, dado que a população tinha as machambas familiares.
Referências
Bibliográficas
ARAUJO, G. M. Manuel. Sistema de aldeias comunais
em Moçambique transformações na organização do espaço residencial e produtivo. Tese para obtencao do Grau de Doutoramento em
Geografia humana. Faculdade de letras. Lisboa, Universidade de Lisboa, 1988.
1885p.
MALOA, Miranda, Tomé. História
da economia socialista moçambicana. Dissertação para obtenção do grau de
Mestrado em História Económica. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas. São Paulo, Universidade de São Paulo, 2016. 44p.
MOSCA, João. Politicas
agrárias em Moçambique (1997-2009). Escolar Editores, Maputo, 2011.
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